sábado, 19 de maio de 2007

O Poder enganoso da Coincidência

Te Freud, nego!
Todo o nosso dia, toda a nossa noite, em toda a nossa vida assimilamos uma pequena parte do mundo, inferimos o restante. É um mecanismo básico da mente humana. Por vezes ela se engana, em situações arbitrárias, que fogem aos respectivos padrões. Nessa hora muita coisa pode lhe fazer ter certeza do que não é. Estar convicto em uma conjuntura inadequada. Cuja causa é apenas o imaginário. ^^

Nesse post vamos falar de coincidências.

Quantas vezes pensamos em um amigo e minutos depois (PAN). O telefone toca e... É ELE! - PUTA COINCIDENCIA - COISA DO DESTINO MESMO - Mas quantas vezes pensamos em amigos durante o dia, no entanto, eles continuam não ligando. E ainda ligam de surpresa, às vezes.

Alguém saberia dizer qual a probabilidade de que duas pessoas tenham nascido no mesmo dia em uma sala de vinte alunos? Alguns poderiam ficar surpresos se isso acontecesse. E de imediato começariam a buscar explicações que poderiam ir desde um pé-de-coelho da sorte até uma ligação psíquica ou espiritual com essa pessoa.

O que iguala essas duas experiências é o nosso desejo intenso de explicá-las. Uma crença de que existe uma razão especial para que as coisas aconteçam da forma que acontecem.

Existem diversas razoes que levam uma pessoa a interpretar uma coincidência de maneira errada.

  1. Não compreendemos as leis que regem os números verdadeiramente grandes.
  2. Humanos não possuem uma compreensão nata de probabilidade.
  3. Acreditamos que todas as conseqüências devem ter agentes deliberados.
  4. Sucumbimos facilmente à validação seletiva (tendência de lembrar apenas as coisas positivas e esquecer um número muito maior de insucessos)
O real significado das mais surpreendentes coincidências pode ser entendido mais facilmente com a compreensão da 'lei dos números verdadeiramente grandes'. Amplamente aceita, ela postula que com uma amostra verdadeiramente grande. Mesmo um evento extremamente improvável torna-se provável. Portanto, qualquer absurdo estará fadado ao acontecimento.

Quando um número grande de pessoas esta envolvido, ocorrências 'incomuns' tornam-se possíveis. Essa visão dissipa a fumaça do mistério e põe o foco no lugar certo, na ciência.
A memória humana é, por vezes, falha, costuma armazenar com mais facilidade eventos recentes, dramáticos, felizes. E tende a esquecer aqueles que não significaram nada. Só fica o que realmente for essencial. - Agradeça a isso pela sua sanidade mental diária. - Mesmo vítimas de Alzheimer com problemas reais de memória podem lembrar facilmente de eventos espetaculares. Esse é o evento chamado 'Validação subjetiva', mais conhecido por 'memória seletiva'.

Um truque muito comum entre 'adivinhadores da sorte'. É fazer um número muito grande de previsões, usando mesmo que inconscientemente, da 'lei dos números verdadeiramente grandes. Fazem isso para aumentarem suas chances de acertarem UMA das previsões. E então convenientemente esperam que esqueçamos das outras 99,9% de previsões erradas. E é realmente isso que nosso cérebro faz nessa hora.

Daí entra outro fator que joga do lado do vidente, que é a tendência que você tem de fazer as coisas acontecerem, quando se esta convicto de que vão. Pode ser de um afobamento que te faça tomar naquela hora uma atitude que não seria tomada se você já não estivesse esperando por aquele fato. É como o princípio da incerteza. Você não pode prever o futuro e ao mesmo tempo viver nele. Pois vivenciando, inevitavelmente você o modificará.

Nossa habilidade de detecção de coincidências vem sendo aprimorada através das eras na evolução natural. Ser capaz de detectar correlações entre eventos poderia promover uma grande vantagem a nossos ancestrais. Assim, o homem foi programado pra procurar padrões e conexões em toda a parte. A cultura moderna entretanto, nos põe por dia 30 mil coisas a pensar, 30 mil a fazer, 30 mil a se preocupar. Com uma miríade de conexões entre eventos e pessoas. E nos põe a buscar e sugerir continuamente explicações psíquicas (que não existem). A invocar forças estranhas.

Cabe aqui um pensamento intertextual que me veio em mente:

- "Irei atribuir a uma causa desconhecida aquilo que posso atribuir facilmente apenas à segunda causa que conheço?" (Voltaire)

Não estou dizendo que coincidências não servem para nada. E seria louvável se buscássemos explicações. Mas é fato que a grande maioria das coincidências cairia por terra se analisadas criticamente, sem cegueira e sem pressa. Quando isso for levado em conta, com a verdadeira compreensão da validação seletiva, o poder ilusório da coincidência será percebido.

segunda-feira, 14 de maio de 2007

O papa era pop

Tudo que é cultura religiosa que eu conheço nesse mundo faz referência a fauna, não só isso, tem-na como parte essencial e por vezes hão em documentos religiosos passagens em que animais interagem com homens. Outras vezes aparecem antropomorfizados.

Na religião católica a cobra é mostrada como uma das centenas de caras do diabo, talvez a primeira delas, quando incitou Eva a comer o fruto proibido e a oferecer ao seu marido. O fruto da árvore do centro do jardim do eden, aquela qual lhes fora ordenado que não comessem. O título do blog faz referência a essa parte. Quando ambos morderam a maçã se viram nús e tomaram de folhas para cobrir-se, esconderam-se envergonhados quando ouviram a voz do Senhor, que passeava pelo jardim. Em outras palavras tomaram consciencia da sua individualidade. Desde então o homem deixou de apenas viver e passou a ter o poder da escolha. O resultado foi catastrófico, já nas próximas gerações, nos conta gênesis. Caim matando Abel e depois de forma tão sistemática que levou a chover 40 dias e 40 noites e que fossem varridos da face da terra todos os corruptores.

Nada disso é história, é claro. É 'mitologia' antes de tudo. Exemplos somente... A cobra rasteja, penetra em orificios, emerge da terra sem aviso, é inevitavel a associação com as trevas.

Mas isso não vem tanto ao caso, eu quero falar é do papa. - I like the pope, the pope smokes dope. -

Nessa primeira visita ao Brasil e também a America Latina ele negou, leitores, a imposição do catolicismo aos nativos da America. Que em momento algum o evangelho supõe uma alienação das outras culturas.

As missões jesuitas funcionaram no Paraguai até 1768, no Brasil até 1750, na Argentina até 1696. E não pararam por vontade própria, foram expulsas por outros grupos que também queriam se aproveitar do trabalho indigena.

Nessa época o vaticano defendia a escravidão negra e repudiava a indigena. Por isso defendiam os índios e com isso compravam briga com os colonizadores, que financiados pela metrópole, travavam duras batalhas com o despreparado exército de índios. Tudo porque o vaticano acreditava que o índio temia mais a escravidão que a morte e que seu antigo D-us jamais teria condições defende-los do mal-colonizador.

Dezenas de milhões de índios foram assassinados, alguns povos dizimados totalmente sem interferência do vaticano como os Incas, os Mais e os Astecas em nosso continente. Além de outros no oriente, fiquemos pelas américas.

Ele afirmou, senhores, que "voltar a dar vida" às religiões pré-colombianas é uma "utopia" e seria um "retrocesso". Na mesma declaração em que ele disse não ter havido imposição.

Vejamos um pouco do curriculum de Bento XVII, facilmente comprovado com buscas google à fora:
  1. Ex-militante das Juventudes Hitleristas.
  2. Filho de um governador de Hitler e prefeito da Pus Dei.
  3. Foi um grande diplomata que procurou manter uma linha política que favoreceu desmesuradamente o capitalismo e por isso foi responsável pela morte de centenas de milhares de trabalhadores nas baionetas das oligarquias dos países industrializados.
Que D-us é esse, que é melhor que o D-us que vivia no consciente do artesão inca, do trabalhador asteca? que torna inexistente o D-us do guaraní?

Eles querem nos impor um sistema religioso como o concebem, a falsa promessa em troca do ouro. Que religião é essa que se espalha e se impõe com mentiras, exploração, genocídios, invasões, explosões e canhonaços?

Qual é o D-us que habita o consciente de Bento XVII e que o faz esquivar-se do que ele (D-us) determinou que era mau?

E assim foi

Olá, senhores, senhoras; brasileiros e brasileiras; jovens; estudantes; japoneses e japonesas; leitores do nosso Brasil.

Provavelmente alguns de vocês que estão começando a leitura já conheciam o meu antigo blog. E talvez um outro subgrupo dentro deste possa estar interessado em saber o que aconteceu, porque estou aqui escrevendo como se nada tivesse acontecido. Em respeito a todos os outros que não querem saber disso ou nunca leram um post meu antes, serei breve.

O causo é que como eu comentava frequentemente em meio às minhas besteiras, aquele blog era egoista, voltado unicamente ao desenvolvimento do meu senso crítico, gramático e sintático. Em outras palavras, eu estava precisando de uma forçinha pra passar no vestibular. E assim foi.

Agora eu estou muito menos ocupado, a faculdade é a maior matação, fiz mais um aniversário, vivi novas coisas e me motivei novamente para reabrir um blog. O anterior foi fechado devido ao grande espaço de tempo sem atualizações. Eis que na blogosfera renasceu mais um. Pensei num bom nome, num bom titulo, escolhi o leiaute menos pior e comecei a esperar surgir um bom assunto pra estrear. E vi que assim era bom. - E foi a manhã e tarde do dia quinto. -

Procurei assuntos tradicionais, desconfiei, pesquisei, escrevi umas 7 letras e disse: Frutificai e multiplicai-vos. E assim foi.